Oi, eu sou a Stef! ✦•┈๑⋅⋯ ⋯⋅๑┈•✦
Eu amo os anos 80. Os visuais, as músicas, o cinema... Tudo daquela época parecia realmente mágico e tão verdadeiro. Mas, mesmo apreciando tanto vários aspectos desse período, é necessário ter uma visão realista sobre muitas coisas. Primeiramente, temos que nos atentar à falsa nostalgia. As pessoas que viveram nessa época experienciam isso, e reproduzem isso em gerações mais jovens como a minha.
Querido leitor, tenha em mente que quando eu digo essas coisas, eu não digo isso para ofender gerações passadas ou diminuir a importância de tudo que o passado nos proporcionou. Quando eu falo sobre a falsa nostalgia, eu me refiro a idealização que todo mundo pode sentir sobre o passado. Eu mesma experiencio isso com coisas da década passada, mas basta lembrar das coisas com mais cuidado e atenção, que logo começo a lembrar que o passado não era nem perto de ser perfeito.
E o que a Subcultura Gótica tem a ver com tudo isso?
A Subcultura Gótica é uma das subculturas musicais mais afetadas pela idealização do passado.
Para compreender isso de uma forma mais aprofundada, basta estudar um pouco sobre a formação da subcultura. O próprio nome em inglês "Goth", já é uma referência aos bárbaros do passado. A forte associação com a palavra "Gothic", novamente uma menção ao passado. O tempo todo a música gótica é associada com aspectos diferentes e que parecem sempre remeter ao passado. Mas, será que isso realmente faz sentido com o que a Subcultura Gótica é de verdade?
A Subcultura Gótica aborda o passado. A música gótica possuí raízes que vão muito além do punk. Musicalmente falando, vemos um pouco do que se tornaria música gótica em vários gêneros musicais do passado. Recomendo fortemente que leiam esse artigo maravilhoso sobre esse tema no blog da Gothic Station.
Mas, observem essa frase com atenção: "A Subcultura Gótica aborda o passado". Quando eu digo isso, me refiro à forma que a música gótica relembra o passado, mas veja que interessante, a música gótica é subversiva. Quando um gótico trás esses elementos na música e até mesmo em sua estética, não lembramos do passado de uma forma romântica. Na verdade, é como se assombrássemos. Se repararmos bem, é parecido com o contexto literário do romantismo e o ultrarromantismo, tanto que o ultrarromantismo e a literatura gótica influenciaram muito a música gótica.
Os góticos se interessam pelo passado e podem até vestir o mesmo, mas sempre existe uma ideia subversiva por trás de tudo isso. Sempre existe um pensamento crítico, e um desencaixe de valores. Basta notar o visual gótico, onde muitas regras sociais simplesmente não existem ou são revertidas.
Após esclarecer um pouco sobre a formação e ideias por trás da música gótica, vamos falar sobre o presente. Eu recebo muitos comentários no meu canal do Youtube de pessoas mais velhas. Entre essas pessoas, eu noto que existem dois grupos: pessoas que continuam explorando, estudando e apreciando a subcultura e pessoas que acham que só as músicas e conteúdo dos anos 80/90 são góticos e que a subcultura atualmente não faz mais sentido, ou na visão deles, é rasa e cheia de posers.
Esse segundo grupo possuí um pensamento, que na minha visão, é terrível e muito nocivo para a comunidade gótica. Existe um senso de superioridade nesse pensamento. É a antiga e repulsiva ideia de que "Eu sou MAIS gótico que você", e esse tipo de elitismo não trás absolutamente nada de bom ou novo para subcultura. Para ter ideia, tem pessoas que acham que eu não posso falar sobre a subcultura, simplesmente por ser uma pessoa mais jovem. Por isso digo com toda confiança do mundo: A Subcultura Gótica não morreu nos anos 80, na verdade ela se adaptou e evoluiu como todo bom vampiro faria.
Existem inúmeros bons artistas novos por ai, os gêneros de música gótica estão muito mais bem definidos e diversificados, o visual gótico se renovou com o tempo. São tantos aspectos que eu aprecio na Subcultura Gótica atual que esse post poderia ser um livro gigantesco. Estamos num momento maravilhoso quando de trata de informações, minha geração foi muito privilegiada nesse sentido. Consegui ter acesso à muitos filmes, músicas, livros e informações que pessoas mais velhas na subcultura não puderam ter. Eu acredito que independente da sua idade é muito importante continuar conhecendo mais, se informando e em geral se enriquecendo com tudo que temos ao nosso alcance atualmente. Aprecie e estude o passado, mas não se prenda à ele. Viva o presente, crie, se expresse e desfrute da facilidade de informações que temos atualmente. Apoie novos artistas, compartilhe conhecimento. Não seja aquele velho chato que você mesmo odiava em sua juventude ;)
Até mais! ✩₊˚.⋆☾⋆⁺₊✧
Sei que o blog é sobre a subcultura gótica, mas no meio do hip hop, subcultura da qual faço parte, isso também acontece com muita frequência. A chamada "época de ouro" (ou em inglês "golden era") do hip hop aconteceu mais ou menos da primeira metade dos anos 1980 até o final dos anos 1990. Por isso, ainda é muito comum ver alguns fãs do estilo dizer que só o hip hop dos anos 80, 90 e primeira década dos anos 2000 presta e que a partir do início da década de 2010 o gênero morreu ou, pelo menos, perdeu muito a qualidade e a relevância, principalmente o dos Estados Unidos. Acho que é algo universal, de todo estilo musical, achar que só os artistas da "época de ouro" prestam e tudo o que veio depois é ruim. Creio que a nostalgia deve ser alguma espécie de característica inata de todo ser humano, independente de tribos ou estilos.
ResponderExcluirNossa, com certeza! Esse tipo de nostalgia afeta todo tipo de pessoa. Acho que todo mundo deveria se atentar à isso, pois isso nos limita muito. Temos que apreciar o passado, mas trabalhar em coisas novas e legais para o presente e futuro :D
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