Oi, eu sou a Stef!
Uns tempos atrás eu fiz um vídeo (Que deu polêmica!) sobre a Subcultura Gótica e seus aspectos políticos. O motivo desse alvoroço todo é que algumas pessoas não tem a percepção (Ou escolhem ignora-la) de que existe muita política por trás da música gótica.
Da música gótica britânica a música gótica brasileira política sempre foi um aspecto presente. Veja, a subcultura surge num momento bastante conturbado politicamente no mundo. O Reino Unido passava por uma onda de conservadorismo com Margaret Thatcher, já aqui no Brasil a situação era ainda mais confusa: o país se recuperava de uma ditadura militar. Havia muito medo e ao mesmo tempo uma necessidade de expressar muita coisa. A música gótica brasileira é marcada pela anarquia.
A música gótica brasileira oitentista brinca com a moralidade. Entre palavras bonitas e sujeira, às vezes é séria e com mensagens impactantes, às vezes é suja por ser suja. Recordo-me logo do trecho "Quanto mais sujo melhor!" da música Jovens Raptados de Ida e os Voltas.
Falando de raízes e anos 80, de vez em quando recebo comentários de góticos que vivenciaram "a era de ouro" da subcultura no Brasil, e esses sempre insistem comigo que política era irrelevante. Mas, será mesmo? Vamos analisar um pouco das raízes da música gótica brasileira.
Impossível falar sobre música gótica brasileira sem mencionar a primeira banda de post-punk brasileira: Voluntários da Pátria.
Logo em 1984, a banda lança um álbum controverso para os moldes da época. O álbum com mesmo título da banda, trás músicas questionando a política repressiva de seu período e ainda é corajoso o suficiente para falar sobre socialismo e progressismo numa época em que esses temas eram extremamente reprimidos pela ditadura militar. Acho de extrema importância destacar que a ditadura só teve fim em 1985. Ah, e sim, esse álbum foi um dos censurados pela ditadura na época. (Que surpresa!)
Eu não sou gótico e não tenho muita intimidade com a subcultura, apesar de ouvir algumas músicas góticas de vez em quando. Politicamente, me considero de Centro. Na minha visão, a subcultura gótica tem mesmo um viés libertário, mas não necessariamente no sentido que a Direita dá ao termo. Libertários (na visão da Direita política) são aqueles malucos que defendem uma liberdade absolutamente irrestrita, defendendo coisas que, na minha opinião, são absurdas, como por exemplo, a "liberdade" para existir um partido nazista ou fascista legalizado e disputando eleições, "liberdade" para andar nas ruas sem máscara durante uma epidemia de um vírus respiratório (como a covid), colocando outras pessoas em risco, etc. Já vi até mesmo alguns desses doidos defenderem a "liberdade" de dirigir alcoolizado - acredite se quiser. Nesse sentido, eu concordo que a Direita política, muitas vezes, defende coisas inadmissíveis. Além disso, eu acho que essa ideologia não é compatível, não apenas com a subcultura gótica, mas com comunidades alternativas em geral.
ResponderExcluirPorém, agora vou dizer uma coisa que você talvez não vá concordar, mas acho que precisa ser dito. Vou tentar ser o mais respeitoso possível e esclarecer os motivos de eu pensar assim.
A Esquerda política, não raro, também defende coisas indefensáveis, como o comunismo, uma ideologia bastante autoritária, que já foi posta em prática em dezenas de países, como URSS, China, Coréia do Norte, Camboja, Vietnã, Cuba, países do Leste Europeu, etc, e, em todos eles, gerou autoritarismo governamental e miséria econômica (menos, é claro, para os próprios governantes e seus protegidos).
Não me entenda mal: eu não estou dizendo que toda a Esquerda defende esses regimes. Mas, infelizmente, existe sim uma parcela muito grande dela que faz isso, principalmente aqui na América latina. Por incrível que pareça, eu já vi youtubers com milhares de inscritos (não quero citar nomes pra não ter problemas) que defendem Joseph Stálin e negam o Holodomor, e que defendem a ditadura da Coréia do Norte.
Esse tipo de gente acaba prejudicando até mesmo a própria Esquerda, pois as pessoas acabam sendo levadas a pensar que toda a Esquerda pensa dessa maneira, o que não é verdade.
Enfim, isso era o que eu tinha pra dizer, desculpa se não tem muito a ver com o assunto do artigo.
Eu tenho a mesma visão do libertarianismo na Subcultura Gótica. Sobre a questão do autoritarismo na esquerda, realmente esse tipo de coisa infelizmente aconteceu. Acredito que independente de nossa visão política devemos nos manter atentos, críticos e vigilantes. Inclusive, vejo muitos socialistas atualmente que criticam muito esse lado autoritarista do passado. Acho que é sempre muito importante nos mantermos informados, estudando e não idolatrando figura alguma. Também acho de muita importância estudarmos sobre os países socialistas de pontos de vistas diferentes, pois existe muita influência de fora em cima desses lugares, não digo isso como uma forma de justificar atos errados que ocorreram, mas sim como uma forma de entender melhor algumas situações históricas e econômicas. Por fim, não se preocupe! Não existe motivo para que me ofenda com esse comentário. Eu entendo sua visão e consigo concordar com você em muitos aspectos.
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